Vida de experiência

Que palpita nesse peito

Que não para de chorar?

Que esta Vida tem-lhe feito

peito, pra lhe maltratar?

Que tu tens teu por direito

Que ela tenta-lhe furtar?

Que esses dias imperfeitos

Não lhe fazem admirar?

Oh, quê Vida, tu tens feito

Que nele queres forjar?

Podes tu, Vida, o perfeito

Querer só nos machucar?

Coração esmigalhado

Que não paras de pulsar,

Tu confias no teu rumo,

Lá pra onde quer chegar?

Esta Vida vem de longe,

Que tão sabia já ficou,

Que não pode em nenhum onde

Ser tão vã no que deixou

"Vida fria, pano quente

Mestra viva eternamente

Faz-me entender um dia

Que tudo que tu querias

Era me ver sorridente

Grato ao quanto me ensinou"