Visto-me De Estrelas




Vez ou outra minha alma mostra-se sem cor

No sei bem se é de saudade ou desamor

Vez ou outra dá vontade da vida sair

De cessar a procura dos sonhos e partir



Vez ou outra meu coração emudece no peito

Não sei se é dor ou lembrança do amor desfeito

Vez ou outra não acho a menor graça na vida

O silêncio chega de mansinho pede guarida



Vez ou outra tenho vontade de desistir de tudo

De aceitar as coisas como elas são no mundo

Vez ou outra me pego pensando no nada

Na tristeza que na minha alma faz morada



Vez ou outra o sopro da brisa não me comove

O brilho resplandescente do sol não me desperta

Vez ou outra sou indiferente ao cantar dos pássaros

Nenhum sentido faz a cristalina água do regaço



No entanto, ao  findar o dia comove-me a Ave Maria

Arrastando a vida encontro forças para agradecer

Enxugo as lágrimas ergo os olhos para o firmamento

Visto-me de estrelas, oro a Deus em agradecimento

(Ana Stoppa)

 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 06/06/2011
Reeditado em 19/08/2013
Código do texto: T3018269
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