COLHEITA
Voei em todas as direções,
desenhei a lua no meu céu,
pintei o sol no meu chão,
tatuei a cor no meu peito, despi o véu.
Abri a janela dos sonhos aparentes,
suprimi infinitas emoções,
provei amores que eu criei,
proclamei desejos e paixões.
Fiz planos em diferentes planos,
nivelei a prudência sem moderação,
a ausência foi sensata insensatez,
conjuguei o amor com devoção.
Quatro estações, quatro fases,
quatro mil dúvidas enraizei,
co-redatora fui do meu imo,
quatro mil segredos só desvendei.
Cordas rompidas, correntes ocultas,
cor nuançada na aura se fez.
Colhidas as flores e frutas maduras,
um minuto, o caminho, a vida.
Há vida... Outra vez.