ABRINDO OS OLHOS
ABRINDO OS OLHOS
Hoje decididamente eu abro a porta
e te convido a se retirar da minha vida
tua presença já não me conforta
vá e não lastime a nossa despedida
Posso viver sem a tua companhia
já não sinto necessidade de ti
hoje quero bem mais para os meus dias
já não há espaço para te prender aqui
Há tanto tempo estás comigo
privaste-me de viver outras emoções
eu me habituei tanto contigo
contentei-me em viver de ilusões
Hoje eu te liberto e me liberto
embora de ti eu possa vir a recordar
mas não mais aceito que chegues perto
proíbo-te de vir me perturbar
Vá, nada mais te prende a mim neste momento
eu demorei, mas finalmente compreendi
fizestes-me escrava tanto tempo
que por tua causa, “solidão”, eu quase morri
Célia Jardim