Há de chegar...
Há de chegar o dia
Que o povo sorrirá
Um sorriso feliz
E não um sorriso conformado
E passará a mão na cicatriz
Do sofrimento findado
E ficarão no passado
Muito bem enterrado
As mazelas, as favelas,
As balelas, as remelas...
Há de chegar o dia
Que o povo cantará
Um canto sem igual
Mergulhado na paz, na felicidade abissal
Sem precisar de samba, cachaça, carnaval
Sem ter que se afogar no suor escravizado.
E ficará no passado
Muito bem enterrado
A desvalorização, a discriminação
A dissensão, a rejeição...
E terá direito a vida
Sem ranço da sobrevida
E terá direito a ter direito
Mesmo não sendo perfeito
E deixará de ser indigente
Pra ser gente, tal qual a qualquer um.