Sem você
Eu não vejo, mais sinto
Há algo fora do lugar...
Debaixo de seu olhar, envergonho-me, mas minto
Um sentimento novo corta minha alma toda vez que se aproxima
Não importa o que faça não consigo mudar
Sua mão é como garra sobre mim, me asfixia
Eu sou brisa, sou fumaça
Sou pássaro acuado, sou beijo roubado
Não há como prender-me em sua caçada
Vivo de sol e luz, mas ao seu lado apenas vejo um destino fadado
De escuridão e angustia
Não suporto essa reclusa
Sou andarilho, sou onda do mar
Sou notas de canções, sou ar puro
Dispenso teu ouro ou tudo que prometes me dar
De suas feridas depressa me curo
Para de ti me libertar
Como não podes me entender?
Sou transparente
Quando grito tu podes me ver
Mas insiste em ignorar o que teus olhos já reconheceram
É um passado obscuro a idéia de você e eu
Nossos meros sonhos não cresceram
Só tu não entendeu
Preciso revolucionar-me
Ver no horizonte o sol nascer
Sem pudores, sem correntes
Sem suas regras idiotas, na tentativa nula de domar-me
Quero sentir novamente a chuva, só por prazer
Sem seus olhos prepotentes
Quero viver do modo mais sincero
A procura de um novo amor mais fraterno
Finalmente vou construir meu mosaico, aquele que um dia você zombou
Pouco me importa o que de mim retirou
Envolverei-me em toda minha fragilidade
Sendo eterna cúmplice de minha liberdade.