Sem você

Eu não vejo, mais sinto

Há algo fora do lugar...

Debaixo de seu olhar, envergonho-me, mas minto

Um sentimento novo corta minha alma toda vez que se aproxima

Não importa o que faça não consigo mudar

Sua mão é como garra sobre mim, me asfixia

Eu sou brisa, sou fumaça

Sou pássaro acuado, sou beijo roubado

Não há como prender-me em sua caçada

Vivo de sol e luz, mas ao seu lado apenas vejo um destino fadado

De escuridão e angustia

Não suporto essa reclusa

Sou andarilho, sou onda do mar

Sou notas de canções, sou ar puro

Dispenso teu ouro ou tudo que prometes me dar

De suas feridas depressa me curo

Para de ti me libertar

Como não podes me entender?

Sou transparente

Quando grito tu podes me ver

Mas insiste em ignorar o que teus olhos já reconheceram

É um passado obscuro a idéia de você e eu

Nossos meros sonhos não cresceram

Só tu não entendeu

Preciso revolucionar-me

Ver no horizonte o sol nascer

Sem pudores, sem correntes

Sem suas regras idiotas, na tentativa nula de domar-me

Quero sentir novamente a chuva, só por prazer

Sem seus olhos prepotentes

Quero viver do modo mais sincero

A procura de um novo amor mais fraterno

Finalmente vou construir meu mosaico, aquele que um dia você zombou

Pouco me importa o que de mim retirou

Envolverei-me em toda minha fragilidade

Sendo eterna cúmplice de minha liberdade.

Queila Dias
Enviado por Queila Dias em 15/05/2011
Código do texto: T2971882
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