MARCAS DO QUE SE FOI...

Que saudade das horas da minha infância...
Eu não me preocupava com as coisas do mundo adulto;
Eu não trazia no rosto, aflição, desesperança...
Eu não sabia o que era viver "puto"! 

Futebol, esconde-esconde, amarelinha...
Bicicleta, bolinha de gude, nadar no ribeirão...
O tempo não contava; a vida era só minha;
Era pouco tempo, para tanta emoção!

Eu trazia no rosto um sorriso
Que por não caber na minha face,
Se derramava sobre o mundo.
Eu vivia, na terra, o mais belo paraíso,
Que se mostrava sem nenhum disfarce,
Envolvido pelo amor mais profundo.

O tempo - carrasco insensível - 
Roubou-me a infância: dias de luz!
E deu-me, sem perguntar se era possível,
A mais cruel e pesada cruz.

Vergado sob o peso de tanta responsabilidade,
Assustado pelas dificuldades da vida;
Procuro, meio às escuras - debalde! -
O caminho do sucesso... a saída!

Está difícil, mas bem sei que é possível,
Superar as dificuldades, a tristeza, a dor...
Porque sou filho do Deus do impossível:
O Deus da Misericórdia e do Amor!

Sossega, coração, dentro do peito!
A dúvida vem da fraqueza e, os sonhos, destrói!
Para tudo na vida - sim - há jeito!
Não viva das marcas do que se foi!

Não busque - oh, minh'alma! - refúgio na infância!
O que passou não realizará os sonhos teus!
Ha um novo tempo, de fartura, de bonança... 
Para todos os que creem na misericórdia de Deus!


                                                  Alexandre Brito - 15/05/2011
(*) Imagem: Google

Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 15/05/2011
Reeditado em 15/05/2011
Código do texto: T2971719
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