Porventura!

Cada dia percorro os teus caminhos, ásperos,alguns,suaves e frescos outros,mas todos teus. Sinto as rogusidades do teu calcorrear, os ígremes e deslizantes carreiros de montanha que percorres. Gostava de te acompanhar,mas tua opção é deambular e pela manhã, bem fresca, prescutas o horizonte,olhas em tua frente,descoras tua visão periférica.Eu estou bem a teu lado,não sentes,procuras e não vês, estou ali,estou te mirando,sinto teu cheiro,unico,o calor orfante da tua respiração me adoça as minhas narinas. Não!não é ilusão,ou é?.Bem,se o é,é bem real,sensorial porventura, não sou eu que te acompanha,é minha vontade,pois eu fico em minhas luxúrias urbanas e tóxicas de bairros com ruelas a gavetos de amedrontar. Tu estás em outro mundo,o teu mundo,não de sonho ou fantasia,mas real. Não mais o meu,antes fosse,as minhas caminhadas são outras,piso calçada e asfalto,meu sapato lustroso,não pisa lama,ou relva humida pela manhã. Porventura!não te acompanho?,não,apenas minha vontade,eu me agarro ás parvónias que me seduzem com seu deambular de quadris, me entorpecem os sentidos com seu hálito alcoólatra,meu mundo. Porventura!me queres ainda?quero pisar tuas pégadas,sentir teus cheiros agrestes,embebedar-me com as alfazemas no raiar da aurora, olhar com teus olhos a nebelina da cachoeira e me enrroscar em ti num colchão de erva fofa e viçosa debaixo de algum cipreste. Porventura!ainda somos nós?ou nos transformamos em meros companheiros de mundos diferentes?se assim fôr!deixa-me reencontrar-te,ou melhor permite-me reencontrar-me,em ti