PRECONCEITO
(Assim diria Castro Alves)

I

Oh! Versos deste Hino que eu canto!
Oh! Cores da Bandeira que venero!
Desesperança que me causa pranto!
E o porvir que não vem e tanto quero!
É ano de dois mil e onze, onde estão os sonhos perdidos?
Foram-se os anos de vez, e os juramentos esquecidos.
Tantas! Tantas cantilenas!  Vozes falando em vão.
Promessas feitas a fio, corrupções às centenas!
Não sei mais nem onde piso, com tanta insensatez,
a corrupção causa riso, acaba a esperança de vez.
Nesta Bandeira tão linda, que a brisa beija e balança,
parece de vez perdida minhas vontades de criança.
De ver meu País tão lindo ostentar-se para o mundo,
e eu, perfilado e erguido com meu orgulho profundo.
com a minha mão no peito, cantando com muita alegria,
que somos um povo perfeito e livre da tirania.
Cadê o País que eu queria pra deixar pros filhos meus?
Eu que criei fantasias,vejam o que aconteceu!
O povo infeliz e comprado com planos de engabelação,
cestas e dinheiro dados, Deus! Pura enganação!
Eu que cresci vendo falas de cabrestos e coronéis,
Vejo agora o povo rindo, receber pobres farnéis.
E esse governo maldito que se vale de persuasão,
aprisiona o pobre com suborno e enganação.
II
Foram tantos os meus sonhos, que um dia eu pudesse,
olhar orgulhoso a Bandeira, encher o peito e dissesse:
Oh! País que tanto amo! Oh! Terra que tanto quero!
Em altos brados eu clamo que é a Ti que venero!
Mais que adianta meu peito sangrar por ti, meu Brasil,
se Te vejo desse jeito com esse governo tão vil!
Onde roubar é normal - A lei dos espertalhões!
Com um Congresso e um Senado assim cheio de ladrões.
E roubam de toda maneira, com tanta naturalidade,
são tantas as falcatruas, de causar incredulidade.
III
E meu povo que deveria, ser unido e gentil,
divide-se em suas castas, discriminando o Brasil,
onde quem tem vale mais, não importando a dor,
dos menos favorecidos, tão carentes de amor.
E que dizer do preconceito, esse famigerado mal,
que existe no meu povo, discriminando real.
Eu que pensei ver pessoas, sem se importar com a cor,
convivendo com harmonia, sem constrangimento ou rancor,
vejo com muita tristeza, que a discriminação persiste,
que pobre, negro ou gay sofre com esse mal que existe.
IV
Oh! Brasil que tanto amo! Oh! Brasil que tanto quero!
Entristeço aos desenganos por isso me desespero.
De ver que a Terra impotente pela qual daria a vida,
entregue a indecentes. - Que esperança perdida!
Será que verei um dia meu País crescer liberto,
livre dessa agonia? Quero meu País perfeito,
quero gritar com alegria, que meu País é direito.
Com um governo correto, com políticos decentes,
seu povo ordeiro e feliz. Deus! Que utopia descrente.
Como posso ter certeza, se meu povo discrimina,
se o preconceito é maior que o amor que nos ensina.
Oh! Deus! Ajuda o Brasil! Ouve minhas orações.
Livrai-nos do mal – amém! Não deixes continuar a dor,
de ver o povo dividido por credo, opção ou cor.
Fazei com que entendam que temos o mesmo sangue!
E o que nos torna forte nesta Terra tão servil,
é sermos os filhos unidos deste querido Brasil.
 
*Este texto está protegido por lei. Reservados os direitos autorais.
Proibida a cópia ou a reprodução sem prévia autorização.
Visite meu site onde o texto é acompanhado de fundo musical.
www.ramos.prosaeverso.net
http://www.avspe.eti.br 
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=3203
Cônsul POETAS DEL MUNDO – Niterói – RJ
Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 11/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2962755
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.