A Existência

Há uma voz me chamando.

Há uma luz descendo em mim.

Há uma dúvida que está se clareando.

Há um dia que está alvorecendo.

Há uma ferida que está cicatrizando.

Há uma estação esperando por mim.

Há uma estrada que está curvando.

Há um fogo ainda queimando.

Há uma doença em mim.

Há uma paz que estou procurando.

Há uma liberdade da qual estou dependendo.

Há uma dor que nunca acaba.

Há uma chuva caindo apenas em mim.

Há um sonho que estou vivendo.

Há uma vida com a qual estou sonhando.

Há uma morte que eu estou esperando.

Há um lar que eu estou abandonando.

Movimento para uma esperança morta.

Efeitos de um amigo ausente,

Arrancam a fé de meu corpo.

Deixam-me implorando por mais num sonho eterno.

É sugada para fora pelo querer.

Arrastada pelo fluxo,

E todas as minhas perguntas se desdobram.

Enquanto eu fui testado,

Arrancando-me para o mais profundo vácuo.

Me tornei um casco morto abandonado, vazio.

Caminhando por estradas desconhecidas,

Procurando por um novo lar.

Um deserto à minha frente,

Terras onde eu possa caminhar.

Otávio Rocha
Enviado por Otávio Rocha em 11/05/2011
Reeditado em 23/05/2011
Código do texto: T2962656
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