MENININHA
Numa manhã linda e ensolarada,
Encontrei na beira de uma calçada
Algo que me comoveu, que me entristeceu.
Estava ali sentada, naquele chão duro e vil,
Toda a indiferença, de nosso imenso Brasil!
Não existia claridade em seu coração,
Apenas espanto e fome, sem explicação.
Existiam também passantes,
Que sem olhar, seguiam adiante.
Por um instante me perdi naquele semblante,
A mão estendida me fez lembrar,
Àquela infância, não era permitido brincar
Apenas ver o mundo passar.
Com a esperança de um dia,
Na tua realidade sonhar!
Foi quando enxerguei toda nossa impotência,
E com todo o avanço de nossa ciência,
Não encontrei resposta para aquela dor.
Máquinas, pesquisas e laboratórios,
Não podem produzir amor!