Transmutação
Fui pedra.
Fui onda na rocha.
Sou o mundo que inspira.
Estou longe,
Às vezes bem perto de você,
Tocando de leve sua pele.
Muitas vezes fui uma flor
Que a abelha utilizou para criar seu mel,
Fui à folha que desabou no outono.
Ah... fui o medo de não tentar,
Fui o medo de não me calar
E de não percorrer certos caminhos.
E a coragem, esse sentimento,
Sempre bateu em minha porta,
Dando-me um viva, um olá,
Tocando no ombro e dizendo: “Vá, estou aqui.”
E eu correria, cheio de energia,
Porque a coragem iluminaria meu ser,
Correria, com as forças do vento,
Com os pés de asas e o medo bobo
Trancava-se no seu castelo de areia.
E nessa transmutação, eu sigo,
Na velocidade de um cometa,
No mundo que inspira.