MANHÃS ROTINEIRAS

E nas manhãs de sempre rotineiras

Em que acordo por graça divina

A contemplar aurora menina

E suspirar de lôbrego nas parreiras.

E ver o sol nascer, louro menino,

Que inda ao seu calor o frio resiste

E como se a brisa fria inda persiste

Numa promessa de um bom destino.

E ao volver a minha face para o céu,

Poder vê-lo tão azul, tanta vida clara,

Que neste mundo não é coisa rara,

Só falta, então, edificar o meu dossel.

Embora o canto do bem-te-vi rajado,

Só se ecôa mesmo no semoto nordeste

Que dos raios solares ele se veste

Mas, agora, na minha janela está calado.

Por sinal, o vi agora, sobre uma antena,

Mas voou ligeiro, mudo, pel´amplidão,

Não entendi o Porquê desta solidão

Que acompanhara o canoro em cada pena.

Apenas vejo o telhado da casa vizinha

E ao longe uma copa imota e frondejante,

Ao fundo uma pequena nuvem cambaleante,

Olhei de novo e já não estava mais sozinha.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 03/05/2011
Reeditado em 03/05/2011
Código do texto: T2946152
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