ETÉREA VISÃO
Se descrevo tal etérea visão
Que deparo lânguido nas trevas
Vejo o viço em meio a escuridão
Que nela adejam ávidos devas.
Sem rumo e incógnito coração
Se da mais perfeita criatura
Recebeste a dor, decepção,
Que dizer da lua e sua alvura?
Ou se pelos funestos vales
Que me conduzi em meus sonhos,
Pelas ondas bravias dos mares,
Também me fazem dias tristonhos.
Num suspiro retomo a dor
Que lutuosa fere no imo, o brio,
Não olho mais nos olhos do amor
Pois comigo ele foi tão frio.
Eu, num hausto, sorvo a agonia,
Cada lágrima nutre meus tendões
Que por fim retorna em alegria
Para mim com novas emoções.
E meu corpo inda semi-desperto
Sobre o leito que me dera D´us
Onde espreguiço e me desconcerto
Das visões e pesadelos meus.
Vai adentrando ao dia o amanhecer
Dissipando as trevas para seus lugares
Das dormências vagas do viver
E dos medos que pairam em pares.
Parabéns! Felicito de contente,
Que me foi dada nova oportunidade
Em cada manhã de luz inocente
Que dissipa toda dor da saudade.
(YEHORAM)