ETÉREA VISÃO

Se descrevo tal etérea visão

Que deparo lânguido nas trevas

Este viço faz a escuridão

Que nos teus braços me levas.

Sem rumo e incógnito coração,

Se da mais perfeita criatura

Recebeste a dor, decepção,

Que dizer da lua e sua alvura?

Ou se pelos funestos vales

Que me conduzi em meus sonhos,

Pelas ondas bravias dos mares,

Também me fazem dias tristonhos.

Num suspiro retomo a dor

Que lutuosa fere no imo, o brio,

Não olho mais nos olhos do amor

Pois comigo ele foi tão frio.

Eu, num hausto, sorvo a agonia,

Cada lágrima nutre meus tendões

Que por fim retorna em alegria

Para mim com novas emoções.

Parabéns! Felicito de contente,

Que me foi dada nova oportunidade

Em cada manhã de luz inocente,

Que dissipa toda dor da saudade.

(JORÃO BENTO)

JO BENTO
Enviado por JO BENTO em 27/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2935223