Poços
Quem sabe um Diazepan
leve-me até outra manhã.
Sinto o corpo que o Tempo
corrói
e a alma que o câncer
destrói.
A vida foi curta
para os meus desejos:
talvez o Tesouro de Salomão,
um harém pré cristão,
ou só o fim
de tanto não.
A montanha de Poços
me viu nascer.
E tantos caminhos
fizeram meus Passos
que já nem sei
como aqui cheguei.
Pouco à frente
o mar
termina na areia.
E uma estrela
sem destino
vagueia,
enquanto um Poema
insiste, que na vida
não é metade e meia.