Atrás

Atrás do passado vive um tempo,

Tempo de sorriso contante:

Semblantes por vida luzidos,

Luz pelo tempo acabando.

Atrás da manhã um poente,

E dela, por trás, houve a noite:

Amada por almas viventes,

Vidas, na trilha da foice.

Atrás deste céu, um espaço;

Atrás da estrela, uma outra;

Abaixo do homem um buraco,

Acima, só sabe quem voa.

Avante – Meus olhos atiram!

Nas costas eu sou baleado...

Sangrando, eu sigo o caminho;

Em frente, eu tombo pro lado.

O ódio, pouco me ajuda;

Vejo que vem viajante:

Me beija, me salva, me cura,

Me guia, alimenta e levanta.

Bem. Eu fito a menina,

De certo enviada, uma anja!

Não! - Nega-me a linda:

Só diz ser alguém que me ama.

Como? Se faltam-lhe as asas?

Como? Se vaga no mundo?

Como?! É só uma criança

Casta, de sorriso puro!

Diz-me, então, a deidade,

Que veio tirar-me da sombra;

Que asa não presta humildade,

Que voô é pra aquele que sonha.

WillDeLamed
Enviado por WillDeLamed em 13/04/2011
Código do texto: T2906733
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