Nova Semeadura
Sigo, e à dor já sangrada
Ressurjo a juntar os cacos
Planejando uma virada
Voltar à ceifar dos gratos
Momentos que nos sustentam
Nos enlevam, criam faces
E o horizonte fomentam...
Nos devires de outros passos
Por reação aos impasses
Imperativo da vida
Ir avante, prosseguir
Não ficar, parado, errante
Outro sonho ir carpir...
Por lei da necessidade
Também abandono a dor
Semear felicidade
Cedendo ao que o sonho impor
O motivo, na verdade
Do que move o meu amor.
Se provei, do horror, o gosto
Meu desgosto a me propor
A plantar no pressuposto
De colher o que bem for
Semente do que é bom
Para colher o amor.