Nova Semeadura

Sigo, e à dor já sangrada

Ressurjo a juntar os cacos

Planejando uma virada

Voltar à ceifar dos gratos

Momentos que nos sustentam

Nos enlevam, criam faces

E o horizonte fomentam...

Nos devires de outros passos

Por reação aos impasses

Imperativo da vida

Ir avante, prosseguir

Não ficar, parado, errante

Outro sonho ir carpir...

Por lei da necessidade

Também abandono a dor

Semear felicidade

Cedendo ao que o sonho impor

O motivo, na verdade

Do que move o meu amor.

Se provei, do horror, o gosto

Meu desgosto a me propor

A plantar no pressuposto

De colher o que bem for

Semente do que é bom

Para colher o amor.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 10/04/2011
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T2900088