Foto do dia

De longe é possível ver a beleza andar e se mostrar bela.

O cosmos em sua plenitude a deixar distância dos olhos,

Olhos de todos que percorrem sobre algo que consideramos bonito

E que foi da hora, nessa hora que a vida dá,

Às sete e oito da manhã.

O primor da idolatria fez um azul dia

Que promete uma chuva de giz

Ou algo mais delicado do que uma garoa

Ou como agora, uma chuva que cai junto com sol

Dentre os minutos feitos como um quadro bem belo.

Vai e volta e não espera ter saudades das vistas,

Pois o marco da benevolência,

Vindo de um dia que tem samba e cadência,

Alvorada, lá no morro e aqui na praça,

Longe do que o pintor traça,

Na tentativa dele mesmo tentar cooptar a beleza pra si,

Pode ser qualquer coisa em si.

O pintor que fique na certeza de que o belo estado da Terra

Não possui ato de finitude.

Cada dia que a linda vida aparece,

Talvez no primeiro tomar de ar após acordar,

Ver e comentar o velho e o novo da cidade,

Algo que não se esquece,

Algo que mesmo não se esquece,

O maravilhoso dia que se tece,

Algo além da planetária gravidade,

Um gostoso momento ou melhor: pairar paixão,

Pra amar a vida basta sentimento,

Para ver a vida basta andar,

Pra voar? Sair então.