Futura Muralha

Que tudo que eu sou ainda viva

durante minha anemia ferropriva

que mesmo entre o vomito espesso

eu lembre que é menos que mereço

Que durante as minha tempestades mais torduosas

quando me faltar os perfumes das petalas das rosas

que eu tenha coragem de proseguir com minha vida

mesmo quando meus olhos disserem: - não há saida

Quando as minhas pernas não quiserem mais me carregar

e meus braços estiverem na loucura de quererem se cortar

que minha cabeça vá para onde encontre a fresca sombra

sem sequer a possibilidade do pesadelo que me assombra

Deus queira que durante todas minhas loucuras fatais

que eu ainda tenha raça e vigor para poder viver mais

espero que sejam de brinquedo as tais laminas de aço

e que sejam de mentira a dor das vitimas que eu faço

E se por qualquer uma macabra sorte assim não for

quando ver que eu me enclausurei na falta de amor

que tenha as forças de alguns desses meus membros

para sair da muralha construída quando eu nem lembro

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 08/04/2011
Reeditado em 24/12/2011
Código do texto: T2895934
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