MEU INTERIOR RINOCERONTE!
Dia chato... só tédio!
Nenhuma luz tardia
a iluminar meu prédio...
traga-me, enfim, o remédio...
Nenhuma chuva de fogos
nenhum artifício,
pareço despencar
num imenso precipício.
Nem mesmo a distração de jogos
para soerguer destroços
causados no eu do meu mim...
Só, somente só!... Solidão sem fim.
Dormitar, dormir, será que sim?
Sonhar, fantasiar... será que dá?
Ou apenas esperar dia seguinte
pra ver se com um pouco de requinte...
Tornarei a sentir
o sol na minha fronte
a surgir num vagar
por trás dos montes...
E como novidade e sem acinte,
desacinzente o dia pra que eu pinte
numa tela, o sorriso do horizonte...
E, enfim, espante o meu rinoceronte!