O Palhaço
Pouco fez que o sol raiou,
e lá foi ele em sua jornada,
Com os olhos ainda pesados,
E a cara meio amassada,
Logo despertou seu sorriso,
Partiu para o mundo com a cara pintada.
Levava sua vasta alegria,
Buscava ao menos um sorriso na multidão,
Queria doar um pouco de si...
Tirar alguém da solidão,
Fazer o aflito sentir-se capaz,
Ao desesperado levar sua paz.
E quando seus olhos coloridos,
Saíram por um instante da personagem,
Viu o cinza da realidade.
E foi... Desiludido.
Refletindo se ali era o fracasso,
Lembrou -se que não há luta sem cansaço,
Nem tristeza que vença o palhaço.
Gizelle Amorim