CAINDO EM SI...
Eu queria ser como um rio caudaloso
Mas não passo de córrego pedregoso
Eu queria ser uma brisa cariciosa
Mas sou uma ventania dolorosa
Eu queria ser bom e agradável
Mas sou alguém desagradável
Eu queria poder seguir a Jesus
Mas a minha é diferente cruz
Eu queria falar somente no bem
Mas o mal que trago impede também.
Eu queria amar com o amor maior
Mas só sei cultivar o desejo menor...
Eu queria somente ter flores nos caminhos
Agora reconheço que plantei só espinhos
Eu queria ser como um escrínio de luz
Mas sei o quanto minha sombra traduz...
Eu queria ter toda a fé que existe no mundo
Mas vejo que descrente sempre fui contudo.
Eu queria hoje não estar me remoendo
Mas agora percebo o erro tremendo
De crenças esdrúxulas, sem nexo cultivadas
Ao longo da vida e por mim foram valorizadas
Mas, apesar de tudo, algo me fala na intimidade
Alentando minha débil esperança à luz de verdade
Pois até hoje o que pensava ser luz era ilusão
Que em minha cegueira nunca vi, oh! Irrisão...
Mas, agora sei não há perpétua condenação,
E, percebo que logo chega a minha consolação...