CAINDO EM SI...

Eu queria ser como um rio caudaloso

Mas não passo de córrego pedregoso

Eu queria ser uma brisa cariciosa

Mas sou uma ventania dolorosa

Eu queria ser bom e agradável

Mas sou alguém desagradável

Eu queria poder seguir a Jesus

Mas a minha é diferente cruz

Eu queria falar somente no bem

Mas o mal que trago impede também.

Eu queria amar com o amor maior

Mas só sei cultivar o desejo menor...

Eu queria somente ter flores nos caminhos

Agora reconheço que plantei só espinhos

Eu queria ser como um escrínio de luz

Mas sei o quanto minha sombra traduz...

Eu queria ter toda a fé que existe no mundo

Mas vejo que descrente sempre fui contudo.

Eu queria hoje não estar me remoendo

Mas agora percebo o erro tremendo

De crenças esdrúxulas, sem nexo cultivadas

Ao longo da vida e por mim foram valorizadas

Mas, apesar de tudo, algo me fala na intimidade

Alentando minha débil esperança à luz de verdade

Pois até hoje o que pensava ser luz era ilusão

Que em minha cegueira nunca vi, oh! Irrisão...

Mas, agora sei não há perpétua condenação,

E, percebo que logo chega a minha consolação...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 04/04/2011
Reeditado em 04/07/2011
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