APOCALIPSE SOCIAL
Acúmulo de violência
Ausência de alimentação
Famílias na decadência
Crianças com desnutrição
Bem distantes da decência
Excluídos da boa educação
Gente pobre sofre mais
Mesa abundante, jamais
Cidade de políticos sem ação.
Crianças soltas na rua
Dormindo no calçamento
Juventude quase nua
São retratos do tormento
Verdade dura e crua
Perdida no esquecimento
Ninguém pode esconder
Muito menos responder
A razão do sofrimento.
Quem promete pouco faz
Quando um dia é eleito
Muita gente sem ter paz
Vivendo de qualquer jeito
Na promessa que refaz
Pouco importa o respeito
Do sujeito candidato
Louco por um mandato
Concorrendo mais um pleito.
Sem comida pra botar
Numa panela vazia
Até se água tomar
É capaz de ter azia
Só é gente ao votar
Bem que o seu pai dizia
Troca o voto por um pão
Ou um quilo de feijão
Era tudo o que fazia.
A fome livre circula
Livremente pela casa
Já faz tempo e não calcula
Sem panela sobre a brasa
Sem saber como articula
E voar mesmo asa
Pois é vítima do capital
Filas longas no hospital
A tristeza lhe arrasa.
Até quando vai durar
Esta louca insanidade
Se a mentira perdurar
Não haverá mais liberdade
Já cansou de aturar
Precisa sentir a verdade
Nos braços da esperança
Onde nasce a mudança
Pelas mãos da sociedade.