APOCALIPSE SOCIAL

Acúmulo de violência

Ausência de alimentação

Famílias na decadência

Crianças com desnutrição

Bem distantes da decência

Excluídos da boa educação

Gente pobre sofre mais

Mesa abundante, jamais

Cidade de políticos sem ação.

Crianças soltas na rua

Dormindo no calçamento

Juventude quase nua

São retratos do tormento

Verdade dura e crua

Perdida no esquecimento

Ninguém pode esconder

Muito menos responder

A razão do sofrimento.

Quem promete pouco faz

Quando um dia é eleito

Muita gente sem ter paz

Vivendo de qualquer jeito

Na promessa que refaz

Pouco importa o respeito

Do sujeito candidato

Louco por um mandato

Concorrendo mais um pleito.

Sem comida pra botar

Numa panela vazia

Até se água tomar

É capaz de ter azia

Só é gente ao votar

Bem que o seu pai dizia

Troca o voto por um pão

Ou um quilo de feijão

Era tudo o que fazia.

A fome livre circula

Livremente pela casa

Já faz tempo e não calcula

Sem panela sobre a brasa

Sem saber como articula

E voar mesmo asa

Pois é vítima do capital

Filas longas no hospital

A tristeza lhe arrasa.

Até quando vai durar

Esta louca insanidade

Se a mentira perdurar

Não haverá mais liberdade

Já cansou de aturar

Precisa sentir a verdade

Nos braços da esperança

Onde nasce a mudança

Pelas mãos da sociedade.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 31/03/2011
Código do texto: T2882427
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