Colméia dos penitentes

As laboriosas abelhas do destino
Produziram um mel amargo
O néctar das flores do campo
Foi transformado em desatino

O favo que ontem foi o mais doce
No mais amargo fel tornou-se
Aquela alegria fácil escondeu-se
Nas garras famintas da solidão

As abelhas em seus zumbidos intermitentes
Inflamam a colmeia dos penitentes
Prendendo a todos em grossas correntes
Anelando seus pés em pensamentos dementes

A tudo carece o sentido
O futuro nem mais existe
Apenas flashes ofuscantes
De uma ausência tão presente

O lento navio vai atracar
Depois de lentamente navegar
A terras promissoras há de chegar
E uma nova vida começar