A DEUSA FERIDA
Mesmo que a vida me desse,
Mil coisas para fazer.
Teceria sempre palavras
Visceralmente ligando você
Em um pouco de tudo, inclusive amor,
Num sentido profundo no engasgo de dor.
Para ler o contexto que segue,
No complexo jeito de olhar
Faz-se silêncio na alma
E o espírito se põe a pensar
Tanto o homem, quanto a mulher.
Ligados em um só par.
Nos espasmos da liberdade
Com seus olhos eu me encanto...
Mesmo com todo pranto
Tem que haver uma saída
Acredito firmemente
Que só existiu Homero.
Porque existiu a Ilíada.
Sob o jérsei molhado despontam
Dois maxixes do coração
É cio, é desejo, é candura.
Que na ótica do macho é tesão,
Da criança é pura ternura
Há sempre a fusão de dois corpos
Quando a célula se faz menino.
Há sempre fusão de duas almas
Quando, nasce uma menina.
Elas vão morrendo aos poucos.
Como se fosse uma sina
P’rá quem diz cara metade...
Horrenda carnificina!
O universo por si explica
Metade de Deus é menino
E a outra metade é menina.
Nota: 08 de março (Dia internacional da mulher).
Por aquelas que partiram prematuramente
vitimadas pelos seus parceiros (Homens).