QUEM SABE?

Noite! sinto o gosto do sal – navego...
À mercê de um vento embrutecido,
Não sei como, mas, resisto, insisto, pego,
Abismos nesse mar desconhecido.

Cumpro o meu instante amargo, não nego,
O medo se agiganta - me deixa aturdido,
Sombras, sombras, sombras, é tudo que enxergo,
Ainda assim, não me dou por vencido.

Quem sabe eu amanheça vivo em algum porto.

Envolvido pela luz do sol, pelo divino conforto.