O dia dele
Há dias em que ele sente, não uma vontade, pura e simplesmente, mas uma necessidade absurda de gritar. No entanto, como outras coisas e casos que teimam em não dar certo somente pelo simples prazer, quase que sexual, em vê-lo ali, com cara de desapontado, o som se recusa a sair; o que faz com que ele fique sem expressão, sem ação ou reação à qualquer abono de fracasso que o dia possa lhe reservar.
E é assim, mudamente, que algumas lágrimas ousam a brotar de seus olhos. Talvez como alento à ele mesmo; talvez para mostrar aos outros que ele também tem sentimentos.
Mas, apesar da aparente apatia, seu coração ainda palpita no compasso da esperança, apegando-se na fraca hipótese de que se o dia não foi dos melhores, talvez a noite lhe faça um agrado e não se transforme em uma das piores.