Abismos

A arte de adorar abismos

Nem sempre apreciada

Nem sempre bem recebida

Por todos os espectadores

A arte, em verdade, de ser

De estar perto do abismo

De ver, de sentir o cheiro do abismo

O perigo existente,

O desespero do que cai

Os salvamentos inesperados

A arte de estar à beira do abismo

No centro, às margens

Como quer que se diga

Que se pense, ou se cale

Na certeza da fé que guarda

Das ilusões que se esquece

E que nada compensa, que nada espanta

Ja que a força que tens é maior que teu pranto

Não dá pra julgar, esquecer, condenar

Só dá pra cair, se falar e sentir

A dor que não é sua, a sabedoria que não é sua

A sua miserável condenação

Mas olhar o abismo é melhor

É saudável, o abismo

Lugar de resgate, de abraço de Paz...

RAQUEL CORDEIRO
Enviado por RAQUEL CORDEIRO em 09/03/2011
Reeditado em 12/03/2011
Código do texto: T2837665
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