Menina Mulher
Do lado de fora não se vê bonecas
Trocaram os sapatos da cinderela
Enfeitaram com brincos, rouge e malícia
Na tentativa de esconder a travessa, insegura e aflita menina
Ah menina!
Vi do seu rosto pintado à mão
Lágrimas rolarem ao chão
Desapareceu a simpatia e toda alquimia
Que um dia transbordava em pura magia
Ó menina!
Na dança não roda mais
Tenta se equilibrar por entre espinhos
Pra não sofrer demais
E pra quem acha que ela esmoreceu
Fica no ar as palavras de uma moleca travessa.
Aquela ingênua, sem graça e medrosa:
A alegria de viver move montanhas e moinhos
E tudo o que eu passei me transformou
Em flor, em lírios
E eu digo, sem espinhos!
Da vida eu levo o aroma, o perfume
Um momento,
E quem sabe um poema...