Inoxidável
Pode estar tudo deserto lá fora
Pode a luz de sol ter ido embora
Velhas memórias podem aflorar:
Decepções que me fazem chorar
Posso andar meio confuso
Perdido neste mundo difuso
Assustado diante de fatos bisonhos
Que criam bichos medonhos
Sentido o alfinetar das tentações
Que a muitos traz somente aflições
Muitas vezes, sinto-me fraco
Diluído; quase opaco
Contudo mesmo que desfolhada
Minha alma não se lança na fornalha
Mesmo sentindo o sopro da morte
Não me entrego à sorte
O mundo não é estável
Mas eu sou: inoxidável!
A. D. M. Leão – 17/02/2011