Verdades

Choco, porque joguei fora,

aquela educação indevida.

Feita na medida dos fracos.

Que de tão daninha e inútil

Só me trouxe o que é fútil

Mas alimentou a consciência

Faço telas, pinto e bordo

Com as cores de meus sentimentos

sentidos... Além do horizonte...

Ali conto e colo minhas verdades.

Não invento nenhum tratado

Nos rabiscos e seus mil traçados

Sou só orientado pelas dores

Que sufocou os meus amores

E elas são inteiras,

belas e fortes...

Deixo-as no bom e vivo

tom do carmim envaidecido,

somado ao

amarelo queimado,

que deixo ascendido.

E da tela eu sinto a vida

Que pulsa ora alegre...

Por vezes tão sofrida

Assim componho as poesias

Lá do fundo mais profundo

Eu retiro a energia

Incendeio e atiço,

enfeitando com fogo

hipocrisias e mentiras vãs.

É sinergia sem nenhum divã

Onde acendo as labaredas

Do meu intrépido coração

Quero a beleza da canção...

E por favor! A gentileza

Vestida, delicada e viril sutileza

De nunca mais só fluir

como oferta a ilusão...

A me tirar do chão

Remando contra a maré

Tendo o mundo a contramão

Contornada de sorrisos e gestos

que simulam carinhos e afetos...

A isso não mais me presto

Deixo aqui meu manifesto

Peço tão pouco...

Faces sem máscaras

Prego a autenticidade

Fruto da honestidade

Que é o resultado esperado

Ao final disso tudo...

Nada mais seria que o produto

De uma sábia educação devida.

Duo: Keila Mari e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/02/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2784361