Agora dei pra sonhar!
No entardecer de amores não correspondidos
tanto de outrem quanto de minha parte
quando visualizava nada mais que
um futuro solitário – amorosamente falando,
de repente, não mais que de repente
dei pra sonhar...
Dei para sonhar com casa, quintal, varanda,
bichos, filhos e meu homem.
Meu homem que só de olhá-lo
meu corpo estremeça.
Que ele chegue com o andar tranqüilo
E rumores não-entendíveis.
Que deixe meu corpo se acolher no dele
e que me olhe nos olhos longamente.
Que eu o ouça respirar, ou roncar que seja!
Que eu não morra de melancolia ao vê-lo partir
e nem de soberba ao vê-lo chegar.
Que eu o queira muito
e que assim nos querendo tanto
queiramos personificar nosso amor.
E que viajemos, dancemos, embriaguemos os nossos corpos
em nossas venturas.
E que assim seja, amém!