Agora dei pra sonhar!

No entardecer de amores não correspondidos

tanto de outrem quanto de minha parte

quando visualizava nada mais que

um futuro solitário – amorosamente falando,

de repente, não mais que de repente

dei pra sonhar...

Dei para sonhar com casa, quintal, varanda,

bichos, filhos e meu homem.

Meu homem que só de olhá-lo

meu corpo estremeça.

Que ele chegue com o andar tranqüilo

E rumores não-entendíveis.

Que deixe meu corpo se acolher no dele

e que me olhe nos olhos longamente.

Que eu o ouça respirar, ou roncar que seja!

Que eu não morra de melancolia ao vê-lo partir

e nem de soberba ao vê-lo chegar.

Que eu o queira muito

e que assim nos querendo tanto

queiramos personificar nosso amor.

E que viajemos, dancemos, embriaguemos os nossos corpos

em nossas venturas.

E que assim seja, amém!

Lígia Martins
Enviado por Lígia Martins em 08/02/2011
Código do texto: T2779314
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