EL CHAI (D´US VIVO)
Ai D´us que a vida emana,
Que cedo faz brilhar o sol
Mas disso nunca se ufana
Nem do peixe na ponta do anzol.
Ó D ´us que manda o sustento,
Que vê o homem em segredo,
Não revela um só pensamento
Tão firme és quanto um rochedo.
Ai D´us do dom de cantar:
Dá o canto a todas as aves,
Dá a manhã um belo olhar
Ao teu rosto os raios suaves.
Ó D ´us das noites brumosas,
Das trevas e da luz que erradia,
D´us, que no campo, abre as rosas,
E nos cimos dos montes, a brisa fria.
Ai D´us das quatro estações,
Que dá autonomia ao vento
Para levar as minhas ilusões
Bem distante do meu sofrimento.
Ai D´us da vida e da morte,
Que viu o meu dia nascer,
O fim me reserva sem norte
O sepulcro do amanhecer.
El Chai, D´us único e vivo,
Mas que deu ao homem a morte,
Inerente e imperativo,
D´us dos astros e da sorte.
Ai D´us que ignora o drama,
A imprudência que morrera,
A estrada da cova os chama
Da loucura que um dia acendera.
(YEHORAM)