Retornos
Dias últimos
de mares tão dificieis;
e eis-te lume de farol
mantendo acesa minha chama
e adiando a viagem que me reclama,
pela voz do Barqueiro,
o penúltimo carcereiro.
Estrela primeira
e única dama,
desfilas em minha vida
como pérola trazida
de virgem água não possuída.
E como Safira,
que igual não se vira,
reluz à luz
dos fogos de Copacabana.
Pressinto um amor que volta
nessas voltas que a vida dá.
Sei que além desse tubo
ainda existe um sorriso,
um beijo, um querer.
Vejo-te pelo vidro
e sei que além desse leito
haverá o que não foi desfeito.
Pressinto um recomeço,
após esse vazio em que adormeço...