Desabafo
O verdadeiro herói esta no quarto e cozinha de maderite
Ali naquele cubículo uma grande esperança resiste
Naqueles pequenos comôdos, o amor ainda existe
Viver é muito, apenas sobrevivem
Mesmo assim, não reclamam da vida
Levanta cedo todo dia, na mochila a marmita
Quantos sonhos na periferia são diariamente arruinados
Crianças sem perspectiva, à própria sorte deixados
Vejo pessoas humildes de almas frustradas
Que veêm na vida uma sofrida jornada
Quantos mais irão morrer?
Quantos mais terão que sofrer?
Para que a política brasileira comece a se mover
Ainda vejo-os sorrindo, brincando inocentemente
Vitímas do descaso iminente dos corruptos inconpetentes
Aqui pro cidadão honesto ter um této
Só entrando em conflito com polícia, invadindo prédios
Em meio áquele desespero, corre-corre
Pedras são atiradas em vão no escudo da tropa de choque
São interesses pessoais, são gananciosos demais
Que impedem a nossa rotina de conhecer a PAZ
Áquele velho sonho de não haver mais classes sociais
Jamais será realizado nos tempos atuais
Quantos talentos perdidos em todas periferias
Futuros médicos, advogados, professoras nas esquinas
Sem estrutura, sem família, sem valor, sem dignidade
Nestas situações, é difícil sustentar a honestidade
Ás vezes fala mais alto a necessidade
Não perdemos o defeito do costume de julgar
É bem mais fácil apontar o erro e condenar
Então, vejo milhares de sonhos arruinados
De tanta fé meu Santo já está cansado
E nada por aqui mudou, ou irá mudar
Porque a covardia é surda, e a Justiça finge não enxergar