Quando nem as palavras bastam...
Quando nem as palavras bastam...
Quando da boca, o consolo não sai.
Quando nem todas linhas do mundo descreve a dor que se sente.
Quando o mundo pesado fica: tão pesado como carregar um jegue nas costas!
Quando a esperança jamais chega falada ou cantada por um alguém.
Quando parece já não haver ninguém ao teu lado.
Quando nem todas mensagens de consolo do mundo parece lhe trazer luz.
Quando as trevas parecem cair sobre sua cabeça.
Quando todas portas se fecharem.
Quando todas as estradas forem barradas.
Quando tudo parece em desalinho.
Quando a vida está cheia de nós.
Quando parece não haver mais luz e nem a tão sonhada esperança.
Quando nos vemos no fundo do fundo do poço.
Quando caídos estamos e não encontramos força para nos levantar.
Quando tudo parece perdido em meio as intrigas, maldades, injustiças e crueldades sofridas.
Quando parece não haver mais nada, além da mais fria dor.
Quando tudo que algum dia foi, agora já não mais é.
Quando não se tem mais nada nem mesmo saudade.
Quando só se ouve o próprio soluço.
Quando as feridas pulsam dentro e fora do corpo.
Quando a alma chora e estremece pela tristeza da desperança.
Quando se mergulha no lodo do inferno e se prova o veneno e fel da mais cruél solidão.
Quando tudo isso acontece e você ainda consegue acordar.
Quando tudo em sua volta vai mal, mas ainda podemos presenciair a força e a magia do sol.
Quando ainda escutamos o choro de uma criança e presenciamos o sorriso inocente de um recém nascido.
Quando os passarinhos entram na casa véia alugada, para fazer festa.
Quando a simplicidade do mundo parece maior que qualquer dor e infortúnio, é que pensamos: Abençoada seja essa dor filha da puta!
Sim, abençoada seja toda dor que nos faz mais fortes e nos permiti entender como a vida é bela e maior que qualquer coisa que possa haver no mundo.