TE AMO BORBOLETA

Ninguém tira água de um poço vazio!!!

ninguém chora, a lágrima teatral, se ela não for doída por um lado pessoal....ou até mesmo impessoal...se assim concebida o for!

não é fácil chorar pelo personagem, há que se ter uma identificação...

lágrimas são monstros cristalizados, que como vulcões....Entram em erupção a qualquer momento, em que o mosto, já não aguenta ficar ali, preso escaldante dentro da gente, fermentando amores traídos, uvas ressequidas, rostos, ilusões, são como passaportes prestes a querer partir destes mundos sonantes, para a liberdade....de ver outro mundo....ao eclodir de rolha....violentando espaços, sem se preocupar com a queda, com a ferida aberta, com a casca deserta...

são seres, são vidas marcadas, cicatrizando dentro de sí, as fendas fermentadas.....como se fossem anões reprimidos, comprimidos, sem expressão alguma, o ódio resseca o sangue, coagula...! entope......Temos que deixar as amarras e soltar as rolhas que enegrecem o sangue....E seguirmos transformando novos seres, vivificando vidas e por elas transferirmos e sentirmos o olor da fruta, tal qual borboletas em êxtase, se desdobrar, se embaralhar, se soltar, sem hora e lugar...

Ninguém tira água de um poço vazio...mas deixarei a borboleta que sai de teus olhos, se alimentarem das lágrimas que saem dos olhos meus, que agora a ti pertencem....TE AMO!