SEM TÌTULO
SEM TÍTULO
O que eu acho, que mais existe,são palavras vazias
Palavras abortadas, palavras sem cio!!!
Palavras balbuciadas, sem conteúdo
Palavras sem condimento...
Palavras impensadas... Sem represas...
Como existem, fomes vampirescas
Grotescas, fomes insaciáveis.
ETIÓPIA, campo de concentração da fome e da estupidez,
Escassez...
Vemos crianças esqueléticas que nem sangue- sugas
Chupando secas tetas, secos leites de lágrimas ressecadas
E as palavras sem nexo, são como sexos desenfreados. Acorrentadas, maltratadas
Maltrapilhas, sem pegadas sem trilhas
São como confetes de moscas, na redundância do efêmero
Crianças advindas de sêmen, que não podiam ser geradas
Sêmens sem liberdade
Sêmens-nus , desossados!
Descalçados sem conteúdo pra pisar...
É a ressonância da carcaça da fome
A fome existe, seres sem nome
Mas o sexo desenfreado ainda os consome.