o mundo
o mundo fica girando,
girando, girando,
e devolvendo seus pagamentos,
o humano é a espécie do topo,
mas o mundo gira, gira,
ele tem um formato redondo,
e os chamam de terra,
o humano está no topo,
e ele caça, mata, mata,
por prazer por aventura,
mata bicho, mata arvore,
e o mundo gira, gira, gira,
o mundo está no topo,
o homem está no meio.
os seres vivos são comestiveis,
e o mundo gira, gira, gira,
o humano domina,
as catastrofes acontecem,
ele não se dá por vencido, e constroi o seu império,
feito de pau, pedra, e castelo,
ele sente frio mata o bicho e se aquece,
come a carne dele,
abusa, torna-se vegetariano,
caça pro prazer,
o homem diz a Deus que é feito pra ficar, dominar,
o mundo gira, gira, gira,
o homem está acabando,
o mundo está acabando,
o mundo gira, gira, gira,
ele fica girando, girando,
e respondendo em ondas gigantes,
em ventos cortantes,
em mortes que só os humildes podem morrer,
mas ele gira, gira e no fim,
ele cairá no buraco,
que diz em sua enorme placa:
aqui jaz a humanidade,
a cruel dominadora,
vinda em um mesmo homem,
que acabara de mostrar que,
daquilo chamado liberdade,
ele tinha o canto dos passaros,
ele tinha os peixes do mar,
ele tinha os frutos da arvore,
ele tinha o ar,
ele dominou os cavalos,
as montanhas,
os passaros,
os peixes,
quis parar o mundo em seus carros flutuantes,
mas o mundo o explusara,
como uma cuspida,
como um sopro,
que só Deus teria a força pra mostrar,
e ele disse ao mundo,
dai ao homem o que é do homem,
e a Deus o que é de Deus.