"Acredito ser"

Acredito ser o mais carente

Ser o inverno mais quente

De fisionomias bem coerentes

Acredito poder calar a dor

Poder dar calor

Aqueles que necessitam de amor

Acredito ser o mais valente

Por vezes inconveniente

Mas sem medo das lagrimas quentes

Acredito poder voar

Sempre bem alto a sonhar

Me pondo a chorar

Acredito ser a esfera dos olhos

Daquelas que procuram o colo

De alguém a tiracolo

Acredito não ser eu

Mas querendo ser seu

E não o tendo como meu

Acredito que acreditar

Seja como despertar

Do passado sempre a machucar

Acredito que o negro

Não se torne Sr. do reino

Que ministra no peito

Acredito que governar o corpo

Seja simples como o sopro

Suave como o vinho do porto

Acredito que eu seja verdadeiro

Como a palha daquele celeiro

Ou como a fronha branca do travesseiro

Acredito ser falso

Ser faustoso

Por vezes bem belicoso

Acredito ser o nevoeiro

Daquele que apaga o futuro inteiro

E o passado passageiro

Acredito ser de coração ordeiro

Mas inconsequente guerreiro

Guia do eu veleiro

Acredito,

Querendo ter crédito

Do ser mais incrédulo

Acredito ser.

Jan Maciel
Enviado por Jan Maciel em 08/01/2011
Código do texto: T2716968
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.