FLORES DE VERDADE
A distância não é a morte,
É a vida pedindo um tempo de reflexão,
Dói, é como um caixão de defunto vazio,
É um pedaço do outro que falta,
É a amizade querendo vida
Quando está quase morrendo,
O fio da vida quase desfalecendo,
É a sensibilidade que poucos entendem,
Quase ninguém vê,
Podem achar até exagero,
Mas coração de poeta é assim mesmo,
Se ama, se é amigo, é por inteiro,
Não há como deixar amor e amizade por derradeiro,
São sentimentos que vem como primeiro,
A não ser que o amor e a amizade
Também tenham entrado na era da cibernética
E tenham esfriado,
Se for assim,
Quero o calor da verdade,
O antigo, nada robotizado,
Quero as flores de verdade,
Que tem perfume,
Não as de plástico,
Que não morrem,
Porém, são imunes a qualquer
Tipo de sentimento.