Meu Coração, Minha Poesia
Cada vez que sinto
Alguma poesia saindo
É como se eu doasse sangue
A alguém que estivesse hemorragindo.
E sinto-me um coração
A pulsar vida a alguém
Que recebesse emissão
De uma carta do além,
Cogitado para a morte,
Eis o instante derradeiro,
Se eu for poeta de sorte
Meu sangue chega primeiro
E estará a salvo
Mais uma ímpar vida,
Que quase se faz alvo
Por achar-se desiludida.
Quando morrer eu, um dia,
E meu coração parar,
Além dos órgãos, doem minha poesia,
Pois essa, deve eternamente pulsar.