Meu Coração, Minha Poesia

Cada vez que sinto

Alguma poesia saindo

É como se eu doasse sangue

A alguém que estivesse hemorragindo.

E sinto-me um coração

A pulsar vida a alguém

Que recebesse emissão

De uma carta do além,

Cogitado para a morte,

Eis o instante derradeiro,

Se eu for poeta de sorte

Meu sangue chega primeiro

E estará a salvo

Mais uma ímpar vida,

Que quase se faz alvo

Por achar-se desiludida.

Quando morrer eu, um dia,

E meu coração parar,

Além dos órgãos, doem minha poesia,

Pois essa, deve eternamente pulsar.

Cadim Martins
Enviado por Cadim Martins em 02/01/2011
Reeditado em 02/01/2011
Código do texto: T2704770