Para além dos homens e do direito

Existe a imensidão

E dentro de seus vastos domínios

Uma civilização, alcunhada de “Humana”.

Concebida pelo milagre

Do capricho de alguns deuses

A título de estudo científico!

É até possível descrevê-la

Usando um termo específico:

Imperfeição!

Talvez tudo se resuma

Às conseqüências de tal condição,

Que é com certeza o mais evidente

“Direito natural” humano.

Que é com certeza a mais letal

Faca de dois gumes!

Apesar dos esforços de Kant,

Qualquer categoria de imperativo

Atenta contra a própria essência da espécie.

Apesar do empenho de Kelsen,

As paixões volúveis desses seres

São etéreas demais para serem positivadas.

Os tais homens perecem ante a sua própria soberba!

Tão racionais e superiores,

Subdividem-se entre si

Engendrando hierarquias absurdas.

Arianos, anglo-saxões, tupinambás.

Todos unidos pela diferença

Que insistem em exaltar,

Todos precipitados em ignorar

A unidade que representam!

10 milênios de história

E faz apenas 60 anos

Que começaram a ensaiar a igualdade...

O documento de 1948

Está banhado pelo sangue dos quilombolas,

Entranhado com o cheiro do gás de Auschwitz,

Colorido de cinza pelos restos mortais dos homens-bomba.

O aniversário da famosa declaração

Não incita festa, mas reflexão!

30 artigos e uma proposta que não se cumpre...

O homem moderno continua primitivo

No que diz respeito ao seu semelhante.

A culpa não é de Deus,

Da crise ou do destino.

A culpa é dos ingênuos humanos

Que buscando a perfeição

Esquecem de fazer o melhor que podem!

Jefferson Francisco – 12/2008

Jefferson Flauzino
Enviado por Jefferson Flauzino em 28/12/2010
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