Moça Linda Debruçada na Janela

Janela singela, moldura bucólica mais que bela, um convite para despistar o vão sofrer, ao fundo vales que se aglomeram, indiferentes ao doce olhar dela, impassiva e sisuda forma de ser, a moça linda debruçada na janela, enamorada com os ares sem mazelas, buscando os sonhos que esta paisagem viu nascer;

Com sofridão observo sempre ela, a menina debruçada na janela, seus divagares não a permitem me perceber, ela prefere os vales com a indiferença sincera, fletar platônico que desatina o meu viver, menina que da beatitude da paisagem tão somente espera, ventos que tragam sorrateiramente a ela, salutares galgares, o fim de quiçá doer;

Deus não me transmutai em bucólicas formas belas, mesmo em os vales tão distante da menina austera, distraída debruçada coisa mais terna, que não vislumbra o meu ardor, meu só querer, me transmutai em parapeito desta janela, somente assim estarei mais perto dela, e aos seus sonhares de alguma forma irei pertencer.

Dedico a um dos grandes seres que me deparei em vida,amizade verdadeira e incisiva,Celêdian Assis


O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 04/12/2010
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T2653012
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