Indiferença e Esperança

De repente a sirene soa,

A bomba estoura,

O tiro parte,

O órfão chora.

De repente o mundo gira,

O ventre rasga,

O grito engasga,

A vida emudece.

De repente o sangue vaza,

A mãe arrasa,

O pai em casa,

Perde o seu chão.

Dias violentos, sombrios,

Partidos nas horas,

Colados em anos de dor

Não se conta mais o amor.

E os olhares cegos do hábito,

De ver as coisas mais tristes,

Voltam-se para o outro lado,

Negando as cicatrizes.

No mundo que por nós,

Faz-se cada dia mais duro e feio,

Alguém planta esperança

Vencendo o tiroteio

É a vida que teima

O amor lançando uma corda

De milagre que espera

Trazer a paz para a roda.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 25/11/2010
Código do texto: T2636352
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