A MOÇA DEBRUÇADA NA JANELA

A moça debruçada na janela

Olhos pretos, tranças belas,

Realçam sua bela cor morena,

Completa o quadro sua boca pequena

A moça debruçada na janela

Olhando o horizonte – tão bela,

Sonha com seu príncipe encantado

Para levá-la no seu cavalo alado

A moça debruçada na janela

Vive sua fantasia de aquarela:

Quer ser a monalisa do retrato

Sorriso discreto, meio abafado

A moça debruçada na janela

Em meio aos devaneios dela,

Existe a esperança renascida

De sair um dia da favela sofrida

A moça debruçada na janela

Deixa correr uma lágrima “amarela”

Ao lembrar-se da sua realidade:

Ali é seu mundo, não tem felicidade

Ei, moça, que se debruça na janela

Não deixe de sonhar, a vida é bela

Quem sonha arrisca-se a realizar,

Quem não tem sonhos vive a lamentar

Ei, moça, que se debruça na janela

Não desanima, sonha, espera

Teu dia certamente há de vir,

Enxuga teu pranto, começa a sorrir.