QUEM SABE ME SALVE...

Os pássaros têm o seu canto

As borboletas o seu encanto

As cachoeiras o seu manto

A natureza o seu poder;

Cada crença, o seu santo

Cada dor, o seu pranto

Cada espera o seu tanto

E eu não tenho você.

Ilumina-se um caminho

Machuca-se num espinho

Lamente-se estar sozinho

Desespera-se por se perder;

O vento derruba um ninho

Embriaga-se com o vinho

Lê-se cartas num pergaminho

E estraçalho-me em meu ser.

Pois...

Já não ouço pássaros a cantar

Borboletas já não me vêm encantar

No manto das cachoeiras a me afogar

A mãe natureza não me pode salvar;

Recrio o meu santo, refaço minha crença

A dor do meu pranto traduz-me a indiferença

O meu tanto esperar é a infinitude imensa

Aonde apenas espero que o nosso amor vença.

Ah, meu caminho... Quase já apagado!

Tortura de espinhos, num coração machucado

Redimindo-se sozinho de um maior pecado

Desesperado, perdido, este coração amargurado;

Derrubou-me o ninho, o vento mais forte

A embriaguez do meu vinho, fez-me pensar ter sorte

Lancei o meu pergaminho para os ventos do norte

Quem sabe o meu amor leia, e salve-me antes da morte...

PRISCILLA PAIXÃO
Enviado por PRISCILLA PAIXÃO em 16/11/2010
Código do texto: T2618826
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