Quanto querer...

Quanto querer...

Amar sem ao mundo poder dizer

Que seu mundo é outro

Que sua glória

É restrita

Não faz história.

Não pode ser...

Quanto querer...

Ser ou não infração?

Cometida por caridade.

Cruel e impiedosa é a sociedade

Que não perdoa

E nem ao amor se faz valer.

E rouba o direito de viver.

Calado e mudo curva-se o homem

Frente a uma realidade visível

Mas, exclusa por conveniência

E são vedados os olhos por prudência.

Quanto querer

Poder dizer,

Poder viver.

Quem não vive dentro de si

Uma escuridão inacessível?

E quem a deixa vazar por entre os dedos,

Tem sua alma passiva ao calabouço desalmado.

Quanto querer...

Soltar gritos... Sem traumas,

Sem medos.

A vida sem prazer é uma vida monótona

A tirania invade o ser

Rouba tudo,

Tira a alegria de viver.

Ser forte é indispensável

Mas bom mesmo

É ser absoluto.

É morto com a gravata

Ou lançado aos leões

A alguns pela bala de prata

Ou condenado pelas multidões.

Quero apenas amar

Quanto querer...

Só querer não basta.

Qual a valia a que se deva apegar?

Para quem ou para que lado atirar?

A resposta está dentro d’alma

De quem faz sua parte

Sem a ninguém ter que justificar.

Mas querer é uma escolha

E calar-se é uma arte.

"Texto dedicado a uma pessoa em crise de identidade"

JOSMAN LIMA
Enviado por JOSMAN LIMA em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2611243
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