Pelo rio desordenado e confuso
Transbordo!
Causo enchentes,
Arrasto pranto e galhos 
Em braçadas d’águas
Que não salvam as cristas
Arrepiadas de ir

Nem perdoam
As úmidas e ofegantes pausas
Como se índole agreste
Fizesse presença
Lambendo peste 
Degradante e antiga 

Entre goles de apnéia
Falam-me orquídeas
Altivas e delicadas
Em leito, recém-nascidas

Capturando armadilhas
D’onde peito dobrou-se 
perdendo o primeiro ar

...Secreto ar
Que rio desgovernou
Só para fazer romper
A beleza do assombro
Assoviando-me 
pelo escombro;
Linda vida lilás!
Mirea
Enviado por Mirea em 11/11/2010
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